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O Dezembro Vermelho é uma iniciativa que busca conscientizar a população sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), suas implicações na saúde em geral, os tratamentos disponíveis e os métodos de prevenção a essas doenças. Um dado importante da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que pelo menos 25% dos casos de infertilidade de todo o planeta são provocados pelas IST.

De acordo com o ginecologista e especialista em Reprodução Assistida, Dr. Ivan Sereno Montenegro, o impacto e influência direta das IST na fertilidade é muitas vezes negligenciado, apesar de sua extrema importância para homens e mulheres. “As IST como a clamídia, gonorreia e sífilis, além do vírus da imunodeficiência humana [HIV], podem ter consequências relevantes para a capacidade reprodutiva”, garante.

O médico explica que, em mulheres, essas infecções podem levar a sérias complicações como a doença inflamatória pélvica (DIP). Ela pode resultar em danos irreversíveis às trompas de falópio e, com isso, causar infertilidade. Já no caso dos homens, algumas IST como a gonorreia podem afetar os dutos deferentes, interferindo na produção e no transporte adequado dos espermatozoides.

Nesse sentido, a reprodução assistida (RA) desempenha um papel fundamental para aumentar as chances de realização do sonho de ter filhos. Por meio das técnicas, é possível, por exemplo, que pessoas vivendo com HIV tenham filhos sem o vírus.

“O avanço da tecnologia e da reprodução assistida permitiu que a gente começasse a oferecer alguns tipos de tratamento que assegurem um risco cada vez menor de transmissão do vírus. O uso adequado da terapia antirretroviral, por exemplo, auxilia de modo a manter a carga viral indetectável”, explica.

Prevenção – Na visão do Dr. Montenegro, a prevenção às IST é o caminho mais seguro e efetivo para preservar a saúde reprodutiva. “Ações como a promoção da educação sexual nas escolas, estímulo do uso de preservativos nas relações e realização de exames regulares podem ser fundamentais nesse sentido”, pondera.

Além disso, o Dezembro Vermelho serve para desmistificar e esclarecer estigmas comumente associados às IST. Para o profissional,  é necessário incentivar o diálogo aberto da sociedade sobre a saúde sexual.

“É preciso otimizar os meios de acesso a serviços de saúde, oferecendo tratamentos adequados para os pacientes que contraíram alguma IST. Quanto mais pessoas informadas sobre o tema, melhor. Também é essencial ofertar apoio às pessoas que estão convivendo com esse problema de saúde”, finaliza.

Texto originalmente publicado no site da SBRA.

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